31 de mar. de 2010

Play it again - Parte 1

Curuzu, antes de ser o ponto de eclosão total.
Vai dizer que nunca se pegou cantarolando uma daquelas mais toscas canções que escutou – meio sem querer – trocando o canal num domingo vadio em frente a TV?
Pois é… Bastaram alguns acordes e pronto! Aquele agudo do Zezé ou aquele “Lá-lá-ô” de alguma banda de axé se instalam em sua mente.
Nada contra aos cantores ou ao estilo musical, mas – cá entre nós – porque algumas letras são tão,
digamos… penosas?! E por que – e isso é o que me preocupa mais – eu ainda busco encontrar sentido ou coerência em algumas delas?
Frases do tipo “Quem é que sobe a Ladeira do Curuzu?”, ou “O Ile-aê começa onde termina o ponto de eclosão total”, fazem com que meus neurônios busquem – de forma automática – algum sentido. Sei que deve existir…
Sei que grande parte disso vem de meu desconhecimento frente ao contexto em que a letra foi criada. Mas ainda assim me pergunto: por que diabos o Ilê-aê começa onde termina o ponto de eclosão total? Por que o Ilê-aê não começa em outro lugar? E por que o ponto de eclosão total não termina num outro lugar? Onde diabos fica esse tal “ponto de eclosão total”??? Certa vez me disseram que era o famoso encontro dos trios elétricos no carnaval de Salvador. Que seja! Que criem então um busto, uma estátua, uma placa nesse tal ponto de eclosão total para que, o turista desavisado, saiba onde está pisando. E se esse ponto ficar na ladeira do Curuzu? Como as multidões lidarão com isso? Será esta a resposta para a dúvida de Daniela Mercury? Quem sobe a ladeira do Curuzu? Certamente a multidão que segue o Ilê-aê até o ponto de eclosão total. É óbvio!
E se na ladeira do Curuzu, no Ponto de Eclosão Total, estiver passando a “Nêga-do-cabelo-duro”? Daí já era. Nesse momento ímpar, o “Negão” logo se colocaria a gritar “pega ela aí, pega ela aí”… e a multidão do Curuzu diria em uníssono: “Pra que?” É claro que é pra “passar batom na boca e na bochecha”. Imagina agora uma multidão voraz, cada qual com um tubo de batom, em perseguição à moça afro-descendente? Imagina se ela tropeça numa pedra da ladeira do Curuzu e cai no ponto de eclosão total?! Seria um massacre.
continua…

2 comentários:

  1. São coisas como essas que só a Bahia poderia oferecer a tantos saudozistas das músicas de melodia fácil e letras não tanto...

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  2. A música baiana vive de fases...Já tivemos a das frases loucas, como a do ponto de eclosão total; dos objetos( garrafa, carrinho de mão, manivela...); e agora é a fase do rebolation, o que me dá uma saudade do tcham... (sei que pode parecer uma sandice, mas pelo menos eram as mulheres que rebolavam!)

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